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Cem mil pessoas 'pulam roleta' por mês em ônibus da Grande Vitória

Muitos usuários entram pelas portas traseiras para não pagar.
Polícia Militar informou que intensificou fiscalização nos coletivos.

Mensalmente, cerca de 100 mil pessoas que não possuem o direito à gratuidade deixam de pagar passagem nos ônibus que circulam pela Grande Vitória, gerando um prejuízo que chega a R$ 250 mil. Para não arcarem com o preço do transporte, muitos pulam as roletas dos coletivos ou entram pelas portas traseiras e dianteiras.

A gerente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Espírito Santo (Setpes), Maurici Rocha, explica que quem acaba arcando com esta conta são os demais usuários do sistema. "O transporte não é subsidiado. Então quem paga por todas as gratuididades e por toda essa evasão de receita é o usuário que paga a passagem, seja no vale transporte, seja no dinheiro".

Muitos passageiros não concordam com o fato dessas pessoas não pagarem a tarifa, como é o caso do borracheiro Devanil Coelho. "Eu acho uma coisa errada. Pular a roleta é uma coisa constrangedora", disse. Já para o palestrante Elizeu Souza, não há desculpa para agir dessa maneira. "Nada justifica essa atitude.  Eu sou totalmente contra pular a roleta", expôs.

Mas apesar de não concordarem, as pessoas explicam que o medo acaba deixando as coisas como estão. "Eu acho um absurdo, porque eles vão e pulam a roleta, e nem o cobrador e nem o motorista podem falar nada", disse uma mulher. "Se for reclamar, é aquilo. Então a gente tem que ficar quieto, né?", completou outro passageiro.

Maurici também explica que não cabe aos funcionários das empresas de transporte realizar este tipo de fiscalização. "Nós não temos o poder de polícia.  Nós somos contratados para fazer o transporte. Então a gente tenta fazer com a maior qualidade possível, mas não fomos contratados para prender essas pessoas. Aliás, nós não podemos fazer isso, nem bater, nem tirar ninguém de dentro de um coletivo. Só quem pode fazer é quem foi treinado para isso que, no caso, é a poliícia ou a guarda municipal", disse.

Em nota, a Polícia Militar informou que tem intensificado as operações de abordagens a ônibus, na Grande Vitória, para coibir as invasões. Em duas semanas, 137 coletivos foram fiscalizados, em blitz da PM.